Especialidade médica: Em qual investir?

A pesquisa Demografia Médica no Brasil 2018, divulgada em março de 2018 pelo Conselho Regional de Medicina de São Paulo) e pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), revelou que o número de especialistas vem crescendo no Brasil. Do total de médicos em atividade no Brasil, 62,5% possuem uma ou mais especialidade médica.

Na Medicina, assim como em praticamente toda carreira, há uma variação de salário natural entre diferentes profissionais. Médicos com a mesma formação, experiência, capacidade, dedicação e região podem ganhar salários bem diferentes, dependendo da especialidade médica.

Existem mais de 50 especialidades médicas reconhecidas pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) brasileiro, que vão desde Acupuntura até Urologia.  Geralmente, as especialidades médicas são escolhidas com base nas suas condições de trabalho, jornada e remuneração.

Entre as especialidades médicas reconhecidas, existem algumas que têm se destacado no mercado. Falaremos a diante sobre elas.

Ortopedia

Ortopedia é a especialidade médica que estuda e trata enfermidades do sistema locomotor e fraturas.

Existem, no Brasil, pouco mais de 13 mil profissionais especializados nessa área, o que está longe de atender à demanda do País, principalmente em regiões mais remotas. Há, portanto, um enorme mercado a explorar, principalmente fora da região Sudeste, que concentra a maior parte dos ortopedistas brasileiros.

Com um amplo campo de atuação e um mercado sempre aquecido, o Ortopedista tem uma variedade de especializações à sua disposição.

Cardiologia

Cardiologia é a especialidade médica que se ocupa do diagnóstico e tratamento das doenças que acometem o coração bem como os outros componentes do sistema circulatório.

As doenças cardíacas estão cada vez mais frequentes e complexas em todo o mundo, o que faz aumentar ainda mais a importância do trabalho do médico cardiologista e garante oportunidades profissionais interessantes a quem seguir essa carreira.

Essa área é considerada uma das especialidades médicas mais evoluídas, principalmente em função dos grandes investimentos e das altas tecnologias envolvidas neste segmento.

Dermatologia

Dermatologia é a especialidade médica que se ocupa do diagnóstico e tratamento das enfermidades relacionados à pele e aos anexos cutâneos.

De acordo com o estudo Demografia Médica no Brasil, elaborado pelo Conselho Federal de Medicina e pelo Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo, existem atualmente cerca de 6 mil dermatologistas em atuação no Brasil, dos quais aproximadamente 60% atuam na Região Sudeste, causando uma carência nas demais regiões brasileiras.

Diante desse cenário, o mercado de dermatologia no Brasil está bem favorável. Ainda não há profissionais suficientes para suprir todas as vagas do sistema público de saúde, também sendo necessários muitos dermatologistas no sistema particular. Há boas oportunidades na pesquisa de doenças de pele, principalmente câncer de pele.

Radiologia

Radiologia é a especialidade médica que utiliza as radiações para a realização de diagnósticos, controle e tratamento de doenças. Ela permite a visualização de ossos ou órgãos através uso de radiações, gerando uma imagem.

A radiologia é uma das áreas que mais cresce no segmento da saúde e está em franca expansão. Logo, com grande perspectiva de crescimento, o curso de radiologia vem despertando a atenção de estudantes que querem vaga garantida no mercado de trabalho, haja vista que faltam radiologistas preparados para atuar no mercado de trabalho.

Uma das principais vantagens dessa especialidade médica é a possibilidade do profissional poder atuar em várias áreas dentro da mesma profissão.

Cirurgia Plástica

É a especialidade médica que atua na correção das deformidades, malformações ou lesões que comprometem funções dos órgãos através de cirurgia de caráter reparador ou estético.

O mercado de cirurgia plástica está em constante crescimento e desenvolvimento no Brasil, e o país, inclusive, se destaca com grandes especialistas e desenvolvimento de técnicas mais avançadas na área.

De acordo com dados da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética, o país ocupa a segunda posição no ranking mundial de intervenções cirúrgicas estéticas, com 1,2 milhão de procedimentos realizados por ano.

Esses dados demonstram a força que essa especialidade médica possui em nosso país e reforçam a necessidade de qualificação dos profissionais nesta área.

Hematologia

A Hematologia é a especialidade que tem como objetivo investir, diagnosticar e realizar o tratamento de distúrbios relacionados ao sangue.

 Essa especialidade é uma das que mais avança em novos tratamentos e técnicas diagnosticas graças a genética. Além disso, também apresenta uma variada gama de oportunidades de trabalho e atendimento a adultos e crianças. Essa variação de cargos – que vão desde médico hospitalista até coordenador de banco de sangue – fazem da especialidade uma ótima escolha para quem gosta de variar no ambiente de trabalho.

Oncologia

A oncologia é a especialidade médica que estuda os tumores e a forma como essas doenças se desenvolvem no organismo, procurando seu tratamento.

Um levantamento da Agência Internacional de Pesquisa em Câncer relata que até 2030 o mundo terá 22 milhões de casos da doença por ano e consequentemente tratamentos para diagnóstico e combate serão necessários, aumentando a demanda de médicos nesta área.

O processo de formação de médicos especialistas, cada vez mais qualificados a atender seus pacientes é importantíssimo para o cenário da Saúde no Brasil.

A Abramepo luta para que os médicos que adquirirem suas capacitações por intermédio de cursos de pós-graduação tenham o direito de registrarem e divulgarem seus títulos. O que ocorre, atualmente, é que o Conselho Federal de Medicina impede esses médicos de registrarem seus cursos de pós-graduação junto ao Conselho, ainda que reconhecidos pelo Ministério da Educação (MEC).

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Medicina de família: Porque faltam especialistas nessa área?

De acordo com dados da pesquisa Demografia Médica no Brasil 2018, apesar da expressiva expansão do número de profissionais médicos a desigualdade na distribuição dos profissionais pelo País ainda é um problema marcante.  A desigualdade pode ser notada não apenas nas regiões do país, mas também quando se avalia capitais e cidades do interior. A maior parte dos registros de profissionais médicos em atividade está nas capitais.

 Outro dado preocupante e revelado pelo estudo foi que essa má distribuição de médicos atinge também as especialidades médicas: quatro especialidades concentram quase 40% dos especialistas. Clínica médica, 11% do total; Pediatria, 10,3%; Cirurgia Geral reúne 8,9% e Ginecologia e Obstetrícia, 8% dos titulados.

Esses dados mostram, também, que a especialidade mais carente de médicos no Brasil é a Medicina de Família. De 4.061 entrevistados pela pesquisa, apenas 58 tinham interesse na formação específica em medicina de família.

A Medicina de Família é a especialidade médica que cuida das pessoas ao longo do tempo, independente do problema de saúde, do sexo, da idade, ou do órgão afetado pela doença.  Essa especialidade visa o atendimento integral das pessoas, famílias e comunidade por meio de competências preventivas e terapêuticas. O médico de família é um especialista em atenção primária à saúde, portanto, deve ter formação geral que lhe permita ser o primeiro contato do paciente sempre que esse procure o serviço de saúde.

Os profissionais que se especializam em Medicina de Família podem acompanhar, por exemplo, crianças, fazer prevenções ginecológicas, urológicas e, caso veja necessidade, encaminhar o paciente para um especialista de outra área

Atualmente, no Brasil, esta é a área que mais precisa de expansão. O país tem cerca de 6 mil médicos de família e comunidade. Contudo, para alcançar a proporção ideal que define que de 30% a 50% de todos os médicos de um país precisam ser especialistas em medicina da família, o Brasil precisaria de 40 mil a 45 mil médicos nessa área.

Um dos problemas por trás dessa falta de interesse é o fato de que os médicos de família não são valorizados socialmente. Muitas pessoas consideram a Medicina de Família menos complexa que outras especialidades, mas isso é um mito. O médico de família, por conhecer e acompanhar o paciente por toda a vida, leva em consideração o contexto biológico, psicológico e social, reconhecendo que a enfermidade está fortemente ligada à personalidade e à experiência de vida da pessoa.

Através do médico de família se produz o ingresso aos Sistemas Locais e Nacionais de Saúde de maneira escalonada, coordenada, eficaz e eficiente. Quando isto não ocorre, gera-se uma relação caótica que produz a desorganização dos serviços de saúde, encarecimento dos mesmos, inequidade, falta de acessibilidade e diminuição da cobertura para uma alta porcentagem da população.

O fortalecimento da Medicina de Família está diretamente vinculado a organização do sistema de saúde. Países com sistemas de saúde mais justos para toda a população têm forte atenção primária, com priorização do número de médicos com especialização em Medicina de Família.

Diante desse cenário de má distribuição de especialidades, impedir que médicos pós-graduados registrem e divulguem seus títulos de especialistas adquiridos por meio de um pós-graduação gera reserva de mercado e, consequente, sério prejuízos à saúde no País.

A luta da Abramepo é com o objetivo de garantir que o processo de formação de médicos especialistas não seja prejudicado e, principalmente, garantir que médicos pós-graduados possam exercer suas capacitações em plenitude.

Conheça mais sobre a causa em www.abramepo.com.br