Repúdio diante da “denúncia de desvio de recursos da AMB”

A Associação Brasileira de Médicos com Expertise de Pós Graduação – ABRAMEPO vem a público e perante à classe médica, externar sua consternação e seu repúdio diante da “denúncia de desvio de recursos da Associação Médica Brasileira”, entidade que, embora não autárquica, possui intima ligação com o Conselho Federal de Medicina, especialmente no âmbito do reconhecimento dos títulos de especialista.

A ABRAMEPO se posiciona de forma favorável à transparência nos avanços das investigações, especialmente pelo fato de envolver interesses de milhares de médicos que acreditaram na AMB e cumpriram com as suas obrigações anuais.

É inaceitável que uma notícia dessa gravidade tenha um desfecho diferente do que a identificação e punição dos responsáveis, tendo em vista o dever da referida instituição, que deveria prezar pelos interesses dos médicos representados e pelo bem estar e saúde da população, já que seriam essas as finalidades de sua existência.

Estranha o fato de um rombo de, aproximadamente, cinquenta milhões de reais nem ao menos “chamar a atenção” da Diretoria, mormente dos Diretores Financeiros e da Presidência.

Como é possível que um funcionário consiga, durante anos, lesar o patrimônio dos médicos sem chamar a atenção da Tesouraria e/ou da Diretoria?

A Associação Médica Brasileira – AMB tem a obrigação de corroborar com as investigações, fornecendo todas possíveis provas para a conclusão do inquérito e, com a identificação dos responsáveis, que sejam punidos internamento e nos termos da legislação aplicável.

A ABRAMEPO, como a Associação Médica, acompanhará todo o desenrolar das investigações, a conclusão policial, e a atuação do Ministério Público!

De se esperar que a Diretoria atual da AMB tenha condições de gerenciar tais fatos sem causar prejuízos maiores aos médicos representados, sob pena de uma perda da credibilidade diante seus associados e da sociedade em geral, face à gravidade do crime em investigação.

Por fim, a ABRAMEPO entende que uma associação dessa natureza tem a obrigação de preservar em sua totalidade a transparência de seus atos e do gerenciamento do seu patrimônio, prestando contas aos médicos e a população brasileira em geral.

Belo Horizonte, 26 de outubro de 2020.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE MÉDICOS COM EXPERTISE DE PÓS-GRADUAÇÃO

ABRAMEPO

Nota de esclarecimento – Silicone Industrial

Diante do lamentável episódio, que culminou com óbito de uma jovem nutricionista no Rio de Janeiro, mais uma entre as milhares de vítimas da injeção ilegal de Silicone Industrial em nosso país, a ABRAMEPO – Associação Brasileira de Médicos com Expertise de Pós-graduação e o CBCP – Colégio Brasileiro de Cirurgia Plástica vêm a publico trazer um ALERTA e alguns NECESSÁRIOS ESCLARECIMENTOS.

É fundamental que os órgãos de imprensa, tão importantes na sua missão de informar corretamente a população, tentem fazer a devida distinção entre um “procedimento estético” e um “procedimento criminoso”. Um procedimento estético verdadeiro é aquele realizado por um profissional legalmente habilitado, utilizando produtos e técnicas devidamente reconhecidas. Uma bombadeira, ou equivalente, injetando silicone industrial em um quarto de hotel, um salão de beleza ou uma “clinica clandestina” não pode ser tratado da mesma maneira. São falsos procedimentos, procedimentos clandestinos, que geram vítimas diariamente. Os óbitos são os que chamam a atenção, mas são inúmeras as pacientes com seqüelas definitivas em decorrência destes crimes.

Portanto, noticiar estes casos como “complicações de procedimentos estéticos” acaba se configurando como uma “Fakenew” involuntária, mas que precisa ser corrigida, para que possamos informar melhor à população e contribuir para o fim desta verdadeira “epidemia”.

Tampouco foi oportuna, a nosso ver, a intervenção do ilustre presidente do CREMERJ em entrevista concedida a um programa jornalístico, no qual, ao invés de alertar para as diferenças e os riscos de realizar um procedimento clandestino, forneceu uma informação equivocada quanto à suposta necessidade de “títulos de especialistas” para a prática de atos médicos, condição que não corresponde à legislação e que, de todo modo, não guarda nenhuma relação com o infeliz acontecimento.

A ABRAMEPO e o CBCP se solidarizam com as vítimas, muitas vezes iludidas por falsas promessas e resultados temporários, e espera que as autoridades da área da saúde adotem uma postura mais enérgica para combater esta prática nefasta. É importante que o CFM e suas regionais usem seu espaço na mídia para deixar claro que injeção de silicone industrial NÃO É UM PROCEDIMENTO ESTÉTICO, e afastar veementemente qualquer comparação neste sentido. O mesmo se espera de entidades como a AMB e as demais sociedades científicas que, como nós, devem zelar pela reputação da classe médica e pela segurança dos pacientes.

A ABRAMEPO e o CBCP seguirão juntos nas suas missões de informar de modo ético e técnico, orientando e se colocando a disposição de todos que tenham interesse em obter esclarecimentos sobre o assunto, através das nossas mídias sociais.